Ontem a noite conversei com Théo, ele não quis falar muito sobre o ocorrido, mas...
Théo, por que o amiguinho da onça fez isso?
Foi sem querer Mamãe.
Você chorou?
Não.
E a tia fez o quê?
Ela fez o amiguinho perder o direito.
Hoje pela manhã fui conversar com a tia.
Théo estava sentado e o agressor foi tomar o gato de botas, mas Théo segurou firme e levou um golpe no pescoço.
Eu fiquei com pena porque aconteceu isso com ele, um menino calmo.
Ele não chorou... Continuou sentado, como se nada tivesse acontecido.
Ontem a dona da escola tinha me contado uma história completamente diferente.
Na hora do almoço fui lá ver Théo, que estava dormindo.
Passei o dia com uma angústia e até liguei para a escola do Plano B, mas já não tem mais vaga no tempo integral.
Na volta, falei com a Dona Mentirosa para ela saber logo quem eu sou (eu não sou só um rostinho sorrindo).
A senhora contou para os pais de M o que ele fez com meu filho?
Théo me contou tudo como aconteceu... (
peguei na mentira)
Eu orientei o meu filho a como segurar o brinquedo, porque é humilhante uma pessoa chegar e arrancar algo da sua mão.
Eu educo meu filho em casa... Não é a escola que vai educar meu filho.
Diante disso tudo, relembrei que quando Théo tinha um pouco mais de um ano, ele foi mordido na creche e não chorou.
Sem falar das vezes que RV bateu nele (também sem razão) e ele não reagiu.
Eu dizia que se o coleguinha batesse ele também fizesse o mesmo.
Mas ele sempre me dizia que não queria perder o direito e não podia machucar o amiguinho.
Pois bem,
hoje marquei uma consulta com a psicóloga para entender que tipo de comportamento é esse. Porque ele precisa reagir, saber se defender. Eu acho que isso é próprio do instinto humano.
Quinta passada, eu estava de frente com a minha médica e pela vigésima vez ela me perguntou quando é que eu vou ter o segundo filho.
Se você engravidar vai melhorar!
Isso é um tiro no escuro?
Não.
Como é que eu vou ter um segundo filho? É muita emoção para um coração só.
Mas como coração de mãe cabe sempre mais um...
Será que vou ter a sorte de ter outro filho como Théo?
Ele mamou durante os meus cinco meses em casa e depois aceitou o NAN e a mamdeira.
Com oito meses largou o peito. O que também fez com a chupeta após os dois anos.
Nunca foi criança de colocar tudo na boca e nem enfiar o dedo no nariz (eu quem limpo a noite com cotonete).
E depois de noites dormidas no quarto da Mamãe e do Papai, descobriu que sua caminha é bem melhor!